Texto Recabe 18-04-24

Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios. – Salmos 141:3

Quando pensamos em autodisciplina, a disciplina quanto ao falar é algo extremamente necessária e pertinente. A figura de um guarda e dos lábios como uma porta que precisa ser guardada deixa claro que de outro modo, ou seja, sem que o Senhor guarde nossa boca, tudo que está armazenado em nosso coração, de bom ou de mal, virá à tona.

Nesse sentido, a disciplina é algo antinatural, algo que precisa ser trabalhada, desenvolvida, como um processo de autonegação, de autoflagelação até, se você pensar na imagem de um monge católico medieval se castigando em penitência.

Nossa carne nascida em pecado tende à inércia e à preguiça, e aqui também no aspecto da língua, de não se refrear, falar o que dá na telha e, especialmente no mundo atual das redes sociais, excesso de opiniões, sermos especialistas em tudo, esquecermos de calçar as sandálias da humildade, colocando pra fora o que talvez pessoalmente, cara a cara, não teríamos coragem de dizer.

Tiago 1:19 diz “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.”

Sermos tardios para falar, ou seja, demorar. Isso implica em ponderação. Será que o que vou dizer é verdade? Será que é necessário? Será que é útil?

Tiago 1:26 diz que “Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.”

Aqui a Palavra diz que a pessoa que não controla sua língua não pode dizer que é religiosa, e vive uma vida de mentira, de engano!

Mas, o texto que mais me chama a atenção do próprio Tiago está em 3:2-12:

Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.
Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa.
Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.
Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.
De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.
Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?
Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.

Percebam as imagens: freio na boca dos cavalos, para que nos obedeçam; pequenos lemes que comandam grandes navios; um fogo pequeno que incendeia uma grande floresta; cheia de peçonha (veneno) mortal. A língua, a boca é algo pequeno mas poderoso, para bem ou para mal.

Como cristãos, devemos aprender a desenvolver o fruto do Espírito do domínio próprio, auto controle, e não cedermos às paixões naturais da nossa carne, especialmente no tocante ao falar. Deixa eu dizer novamente, não é por esforço próprio que conseguiremos controlar a nossa boca, mas na dependência do Espírito Santo. É na obediência diária e disciplinada que o Espírito nos ajudará a domar esse nosso ímpeto.

Como homens, que exercemos o governo dado por Deus em nossos lares, a nossa preocupação deve ser ainda maior: não machucarmos com palavras, ao contrário, edificarmos nossas esposas, nossos filhos, honrarmos nossos pais e demonstrarmos apreciação e gratidão que podem vir na forma de elogios sinceros, palavras mansas, agradáveis, em tempo oportuno, como diz o texto de Provérbios 25:11.

Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. – Provérbios 25:11

A minha oração pra mim e pra vocês hoje é que Deus aplique em nossos corações esses textos que lemos, e nos ajude a guardar os nossos lábios de falarmos demais, dizermos besteiras, conversarmos coisas que não convém sequer aos ímpios dirá mesmo a servos do Senhor, e nos ajude a proferirmos palavras de benção, não de maldição, sabendo que há tempo para tudo, inclusive para ficarmos calados, cf. Eclesiastes 3:7.

Deus nos abençoe.

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