Estava esses dias pensando com meus botões sobre a diferença que fazemos ou causamos na vida das pessoas, o impacto que somos capazes de gerar, positivo, negativo, ou nenhum (neutro).
Lembrei de uma situação que ocorreu há alguns anos, quando eu convivia, em razão de um relacionamento passado, com uma velhinha em estado avançado de Alzheimer, que todos os dias quando eu chegava para namorar sua neta essa senhora vinha me perguntar quem eu era, e coisa e tal (lembrem-se que essa doença, no que conheço em minha ignorância médica, impede as pessoas de reter suas memórias recentes), ao que eu sempre lhe respondia de maneira bem animada o que eu tinha ido fazer ali, meu nome etc., as vezes até tirava uma brincadeira com ela do tipo “Dona Rute, a senhora acreditaria se eu dissesse que sou o seu namorado?”, e ela ria, enfim, até que (chegando onde queria chegar) um dia, sem ninguém lhe dizer nada, quando entrei em sua casa, ela apontou pra mim e perguntou à minha sogra de então “é o Eli?” (lá me chamavam assim), e ela ficou meio branca (mais do que já era), meio desconcertada e sem resposta, e não sabia se ria ou se chorava da reação da mãe de ter guardado, por algum “milagre” e apenas momentaneamente (voltou a esquecer-se, “normalmente”, após algum tempo) o meu nome.
Eu não estou sugerindo um milagre, ou que eu tenho um impacto tão profundo na vida de ninguém, mas as vezes (eu diria a maioria das vezes) todos nós geramos nos outros com quem nos relacionamos sentimentos os quais não conseguimos entender, medir, sequer (re)conhecer.
Como diz a batida citação do livro “O Pequeno Príncipe”, “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, e é verdade mesmo, de um jeito ou de outro nós nos tornamos importantes para os outros, e ouso dizer que quem não se torna importante é porque não conviveu, não se relacionou, não amou, não se deu, não se abriu, é uma pessoa que se isolou do mundo, de tudo e de todos, numa redoma, como um ermitão numa caverna perdida de uma floresta distante.
Essa história e aquela situação marcaram minha vida, e tenho certeza que como essa são tantas outras na minha e na sua vida, por isso reflita um pouco sobre que tipo de impacto você está produzindo, se as pessoas vão se lembrar de você pelas coisas boas que você deixou, se você terá sido importante, ou se apenas pelos traumas gerados, ou (talvez pior), não se lembrarão de você de jeito nenhum, pois você foi insignificante para elas.
Deus nos abençoe e nos capacite a sermos sempre impactantes em nossos relacionamentos, se não por nós mesmos, por amor a Cristo, para que por meio de nós, daquilo que Ele fez e faz em nossas vidas, seu nome seja conhecido e glorificado, Ele seja amado e seguido.