Jesus em breve vem

Pregação ICS 26/02/2023Jesus em breve vem

Texto base: Apocalipse 22:6,7

Então o anjo me disse:

— Essas palavras são verdadeiras e merecem confiança. O Senhor Deus, que dá o seu Espírito aos profetas, enviou o seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que precisam acontecer logo.

— Escutem! — diz Jesus. — Eu venho logo! Felizes os que obedecem às palavras proféticas deste livro!

Introdução

Meus irmãos, antes de começar a mensagem propriamente dita, deixa-me fazer-lhes uma pergunta: para que serve o Evangelho, e a Bíblia como um todo?

A resposta para essa pergunta é: nos levar à fé em Jesus Cristo, por meio de quem alcançamos paz com Deus, somos reconciliados com o Pai, e, dessa forma, obtemos salvação de nossos pecados e de sua consequência, a morte eterna.

Isso ocorre quando lemos a Escritura inspirados pelo Espírito Santo, o próprio Deus. Esse processo se desenvolve basicamente em três etapas:

1) explicação, quando procuramos entender o contexto em que aquela passagem específica que lemos foi escrita: para quem foi escrita? Quem foi seu autor? Quando foi escrita ou quando ocorreria etc. Entretanto, não podemos permanecer apenas nesse estudo, senão aquilo que lemos fica resumido a um pedaço de papel com, talvez, algum valor histórico.

2) interpretação, quando procuramos retirar do texto aquilo que seu autor tencionou ensinar, ou mais especificamente, o que Deus procurou comunicar a seu povo inicialmente e, para isso, usamos das diversas ferramentas e ramos do conhecimento disponíveis. Mas, novamente, não podemos parar aqui, porque a nossa intenção, e a do Espírito que nos leva a ler a Palavra, não é simplesmente fazer teologia, por melhor que isso seja.

3) aplicação, quando trazemos para a nossa realidade pessoal, atual, aquele texto que foi escrito há tantos anos. É buscar a verdade revelada de Deus para nossas vidas hoje. Em que o Evangelho, as Escrituras, e o próprio Cristo impactam a minha e a sua vida neste século XXI, neste ano de 2023, ou seja, como esse texto aplicado de maneira prática em nossas vidas alcança aquele objetivo que falamos no início, que é nos levar à fé em Jesus Cristo e promover a nossa salvação.

Com isso em mente, o texto da nossa meditação hoje fala sobre a volta de Jesus, algo que está cada vez mais perto.

É a derradeira revelação de Jesus ao discípulo amado, João, escrita no final do século I a igrejas que estavam sofrendo perseguição cada vez mais intensa do império romano e que fala sobre coisas que sobreviriam àquelas comunidades de fé, num primeiro momento, mas também à Igreja do futuro.

Não temos a data precisa, apesar de, muitas vezes no decorrer da história, pessoas tenham se aventurado – em vão – a tentar adivinhar ou predizer o dia do retorno do Senhor. A Palavra de Deus, entretanto, nos entrega sinais de quando esse dia estaria se aproximando.

Antes mesmo de nos aprofundarmos no assunto, parece claro, pelas palavras do anjo e do próprio Jesus, o sentido de urgência que é dada à mensagem: “…coisas que precisam acontecer logo”, “Escutem! Eu venho logo!”, é o que ele diz e repete!

Ora, se era breve o seu retorno há pouco menos de dois mil anos, quando essa profecia foi dada, imaginem hoje depois de tanto tempo.

Sim, meus irmãos, porque infelizmente alguns, pela demora em seu cumprimento, não creem mais nas palavras de Jesus, em sua promessa de retorno, mas ocorre que Ele nunca mentiu, tudo que disse que faria, fez, exceto o que ainda está por fazer, como o texto que lemos hoje. É o que o apóstolo Pedro nos diz em sua 2ª carta, capítulo 3, verso 8 a 10:

Mas não se esqueçam disto, queridos amigos: Para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos são como um dia. Ele não está sendo vagaroso com a sua volta prometida, embora por vezes pareça assim. Mas ele está esperando com paciência, porque não quer que ninguém pereça, e está dando mais tempo para os pecadores se arrependerem. O dia do Senhor virá com toda a certeza, tão inesperadamente como um ladrão…

A aparente demora do Senhor em exercer sua justiça final sobre este mundo mau decorre não de atraso, mas de misericórdia e paciência divinas em favor da humanidade, de mim e de você, desejando ardentemente que todos possamos alcançar a salvação por meio do arrependimento e fé em Jesus. Mas, como o texto deixa claro, a sua vinda é certa e virá de maneira “inesperada”, pegando os incautos desprevenidos.

Deus não opera nem funciona no tempo do homem, então não cabe a nós dizer a Ele quando deve voltar, quando deve cumprir suas promessas, isso com relação a tudo, especialmente com relação às últimas coisas e à volta de seu Filho para julgar a humanidade e reinar por toda a eternidade.

Tendo essa certeza em mente, vejamos algumas coisas que o próprio Senhor deixou escrito como sinais de que sua vinda estaria próxima.

1 – Sinais deixados por Jesus

O texto mais claro que fala sobre como estará a sociedade na época que precede a volta do Senhor Jesus encontra-se em Mateus 24.

Mateus 24:3,4 começa assim:

“Quando vai acontecer isso?”, perguntaram-lhe os discípulos mais tarde, quando ele se sentou nas encostas do monte das Oliveiras. “Que acontecimentos marcarão a sua volta e o fim dos tempos?”
Jesus disse-lhes: “Não deixem que ninguém engane vocês.

Percebam que para quem é discípulo de Jesus, é algo natural esperar ansiosamente pelo seu retorno. Isso deve nos levar a uma reflexão: se não anseio pela volta do meu Senhor, será que realmente entendi o seu sacrifício na cruz, quem eu era e quem Ele é?

Jesus descreve os acontecimentos futuros que marcariam essa etapa na história da humanidade. Mas, antes de olharmos para os sinais narrados por Ele, deixem-me falar rapidamente sobre o período em que Jesus nasceu e viveu entre nós.

Roma havia conquistado a região da palestina, Egito, Turquia e grande parte da Europa, desenvolvendo seu império onde antes reinaram os gregos. É importante sabermos isso, porque Jesus ter nascido nesse período significou que no mundo conhecido havia um idioma em comum que unia pessoas de línguas, culturas e etnias tão diferentes, que era o grego.

Por outro lado, Roma realizou a construção de importantes estradas que ligavam os mais distantes rincões à capital do Império, o que, combinado à navegação pelo Mediterrâneo, permitia a livre circulação de pessoas, conhecimento e ideias, entre as quais o Evangelho.

Em termos culturais, havia um florescimento da filosofia, da política, do Direito… Sob o aspecto religioso, Roma possuía seu panteão de divindades compartilhada com os gregos, mas era relativamente tolerante com as religiões praticadas por seus súditos, desde que não desafiassem a autoridade do César.

Por fim, quanto a seus valores, Roma foi talvez a sociedade mais depravada até então conhecida, e que só rivaliza com a nossa atual. Um lugar onde a maior parte das pessoas era escrava e que adorava divindades em templos e em cultos regados à muita bebida e sexo, e viviam apenas para os prazeres pessoais e imediatos…

Passemos ao povo de Deus, Israel. Israel há anos era governada por um rei fantoche de Roma, e muitas vezes teve na figura do rei o próprio sumo sacerdote, ou seja, misturava a prática religiosa com a política pública e os interesses de seus líderes não eram o bem-estar da nação nem a santificação do povo, mas sim esse jogo de poder que desfrutavam ao mesmo tempo que sacrificavam a liberdade de sua nação. Esses líderes tinham a benção de Roma para viver sua vida, desde que cobrassem os impostos e ficassem quietos.

Meus irmãos, não sei vocês, mas quando eu olho pra esse cenário que descrevi tanto a nível mundial, do império romano, quanto do próprio povo de Deus, Israel, eu não consigo imaginar uma época melhor para que Jesus tivesse vindo instaurar seu Reino entre nós, trazer sua mensagem de salvação, o Evangelho, e promover a libertação de vidas escravizadas sob o jugo do pecado.

Entretanto, o que mais me chama a atenção nesse contexto de sua primeira vinda, é o quanto se parece com o nosso mundo de hoje, do século XXI, fazendo com que a nossa era atual seja novamente muito propícia para seu retorno, senão vejamos as próprias palavras de Jesus.

A primeira coisa que Jesus fala aos seus discípulos naquele momento é para que não se deixassem enganar. Gente, será que há uma época mais cheia de engano do que a nossa? Precisamos fazer um esforço muito grande para não sermos enganados constantemente, pela mídia promovendo notícias falsas, por pessoas que se dizem servos do Senhor, quando na verdade não passam de lobos travestidos de ovelhas…

No verso 5, Cristo nos diz que muitos virão em seu nome procurando enganar o povo de Deus, e essa é uma triste marca da religiosidade atual. Pessoas se dizem cristãs, líderes que dizem falar em nome de Jesus, mas querem é enganar a mim e a você, não têm interesse genuíno em cuidar das ovelhas, mas sim em levar vantagem, financeira ou de que tipo for, à custa do povo de Deus. São os mercenários, cf. João 10:12, que agem como se pastores fossem, mas na primeira oportunidade, ou ao menor sinal de perseguição ou risco, eles dão no pé e deixam as pessoas sofrendo e à mercê de sua própria sorte.

Em segundo lugar, Jesus fala sobre guerras e rumores de guerras. Talvez você fale: “mas, Eliade, sempre houve guerras nesse mundo”, e eu não tiro sua razão. Mas talvez nunca antes na história humana tivemos tanto a capacidade tecnológica de aniquilação global, por meio de armas de destruição em massa como bombas atômicas, por exemplo, quanto a possibilidade de acompanhar essa violência em tempo real, por meio da televisão e da Internet, fazendo com que uma guerra, que antes poderia ser distante geograficamente, e talvez nem tivéssemos conhecimento, esteja agora bem diante dos nossos olhos e das nossas mentes.

Mas, como o Senhor alertou seus discípulos, nós inclusive, apesar da certeza das guerras, e da ansiedade causada pelas notícias a seu respeito, não devemos ter medo. O medo não pertence ao povo que coloca sua esperança não nesta vida, nem em nossos bens, em pessoas ou circunstâncias que achamos que podemos controlar e que na verdade não podemos, mas sim no Senhor, e na vida futura com o Pai.

Em 1 Coríntios 15:19, Paulo diz:

Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.

Eu vou além, se a nossa esperança em Cristo é principalmente para esta vida, nós também somos infelizes e não compreendemos o Evangelho profundamente!

Tudo isso que Cristo falou, na verdade, é apenas o princípio do fim. Haverá perseguição ao povo de Deus, àqueles que professam seu nome de maneira fiel e não abrem mão de seus valores, que poderá passar pela perda do emprego, reputação, patrimônio, laços de amizade ou mesmo relações familiares, prisão e até a morte, afinal, se perseguiram e mataram o Senhor, porque não haveriam de fazê-lo também com seus seguidores?

Em terceiro lugar, Jesus nos fala sobre fome e terremotos. De fato, quando lemos Apocalipse 6, vemos que guerras, fome e desastres naturais serão a causa da morte de grande parte da população mundial nos últimos dias, cujas dores se intensificarão durante a grande tribulação, mas cuja catástrofe em alguma medida já começou.

Novamente, é possível afirmar que sempre houve fome em alguma parte do mundo, e desastres naturais igualmente, mas dificilmente houve um período em que terão sido tão constantes e disseminados, apesar do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, e da fartura na produção de alimentos que a sociedade atual experimenta. Fartura para alguns, mas escassez para muitos.

Em quarto lugar, Cristo fala sobre a perseguição religiosa que inicialmente alcançou os cristãos do primeiro, segundo e terceiro séculos, até que o cristianismo se unisse ao império e deixasse de ser perseguido, começando a andar cada vez para mais longe da verdade pura e simples.

A perseguição veio de inúmeras formas no decorrer dos séculos, mas não deixa de estranhar que muito da perseguição que nossos antepassados conheceram deu-se por meio de pessoas e instituições que chamavam a si próprias cristãs, quando na verdade não eram. No entanto, na história da Igreja, assim como o foi com seu povo de Israel, Deus sempre trabalhou com uma minoria, um remanescente.

Em Romanos 5, Paulo, citando o exemplo do profeta Elias, nos fala que “…hoje há um remanescente escolhido pela graça” (v. 5).

Meus irmãos, quando olho para a igreja evangélica, brasileira e mesmo mundial, excetuando-se talvez a que já esteja sofrendo perigo de morte em países de regimes totalitários – comunistas ou islâmicos, a perseguição que vejo começar de agora e se intensificar nos anos vindouros, será, infelizmente, de pessoas que se dizem cristãs mas andam de braços dados com ideologias demoníacas como o socialismo, feminismo, apoiam pautas ditas progressistas como aborto e a “tolerância” ao homossexualismo, negando que esse comportamento é pecado, como inúmeras vezes a Bíblia assim o descreve, e ainda o incentivam!

Então não estranhe se a mão pesada do Estado vier ao nosso encalço, especialmente dos pastores e líderes, por falarmos simplesmente as verdades bíblicas, tentando nos calar, nos censurar ou às Escrituras, ou forçando interpretações que estejam de acordo não com o Espírito de Deus, mas com o espírito deste mundo sob pena de processos ou mesmo de prisão.

O mundo nos perseguirá e até condenará à morte, e nos odiará por causa do nome de Jesus. E, como o Senhor falou (versos 10 e 11 de Mateus 24), muitos abandonarão a fé, trair-se-ão mutuamente e se odiarão uns aos outros, além do aparecimento de falsos profetas operando o espírito do engano. E o pecado aumentará por toda parte, esfriando o amor de muitos.

Prestem bem atenção! Jesus está falando aqui de pessoas que frequentaram igrejas, que participaram da ceia, se batizaram, e que, pra todos os efeitos, pareciam cristãos verdadeiros, mas que não passava de aparência, e nada que é apenas de aparência permanece durante a perseguição.

Parte dos sinais que Jesus ensina, se refere ao mundo, e a como o caos estará galopante nesta terra, mas é de estranhar que parte descreva também o seu próprio povo, ou seria estranho, se não fosse o próprio Senhor quem afirma isso de pessoas que, na verdade, são joio instalado e plantado em meio à verdadeira seara.

Agora passemos ao último sinal que o Mestre nos deixou. Verso 14 de Mateus 24: “E as boas-novas do Reino serão pregadas pelo mundo inteiro, para que todas as nações as ouçam, e depois virá o fim”.

Apesar de todo o fervor evangelístico dos apóstolos e discípulos da igreja primitiva, é inegável que seu alcance foi bastante limitado, apenas à parte do mundo então conhecido. Grandes parcelas do mundo como a China, Índia, e os continentes da América e Oceania, por exemplo, não foram alcançados, mesmo parcialmente, até muitas centenas de anos depois que Jesus nos deu a ordem de fazermos discípulos de todas as nações (Mateus 28:19 e 20), e até hoje ainda há dezenas, talvez centenas de pequenas populações, tribos e povos ainda não alcançados na selva amazônica, África, China e ilhas da Oceania, apenas para citar alguns exemplos.

Porém, nunca antes na história humana o avanço do Evangelho se deu a passos tão largos, inicialmente com a imprensa e as grandes navegações, no final da idade média; o ímpeto por missões que ocorre desde o século 19, inclusive com a criação de organismos voltados a esse propósito; mas, principalmente, com o advento de novos meios de comunicação como o rádio, televisão e a Internet, a Palavra de Deus, mesmo em fragmentos, têm finalmente alcançado todas as nações, tribos, povos e línguas, que nos leva a crer que breve até esse sinal já terá se cumprido, então, o que mais falta para o retorno do Senhor?

2 – Sinais deixados por Paulo

Vimos, portanto, alguns sinais dos últimos dias conforme as palavras de nosso Senhor Jesus. Mas, como se não bastassem tantos, o apóstolo Paulo ainda menciona outros, de maneira a deixar ainda mais claro à igreja quando aquele tempo chegaria.

O primeiro texto a esse respeito de sua autoria que podemos citar se encontra em 2 Timóteo 3:1-8:

É importante para você saber isto também, Timóteo, que nos últimos dias vai ser muito difícil ser servo de Cristo. Porque as pessoas só amarão a si mesmas e ao dinheiro; serão incapazes de se controlarem, orgulhosas, zombarão de Deus, desobedecendo aos pais, sendo ingratas e completamente más. Serão duras de coração e nunca se submeterão aos outros; serão sempre mentirosas e desordeiras, e não se incomodarão com a imoralidade. Serão rudes e cruéis, e escarnecerão daqueles que procuram ser bons. Serão traidoras dos seus amigos, atrevidas, inchadas de orgulho, e preferirão ser amantes do prazer a amar a Deus. Terão aparência de piedade, porém não acreditarão realmente em nada do que ouvem. Não se deixe enganar por gente assim.

Elas são da espécie que penetram sorrateiramente nas casas dos outros e fazem amizades com as mulheres ignorantes e carregadas de pecados, e que são levadas por todo tipo de desejos. Mulheres assim estão continuamente seguindo novos mestres, porém nunca entendem a verdade. E os mestres delas combatem a verdade, tal como Janes e Jambres se opuseram a Moisés. Têm uma mente suja, depravada e se rebelaram contra a fé.

Vejamos rapidamente algumas características das pessoas desse tempo do fim:

1) amantes de si mesmas, do prazer e do dinheiro, ou seja, egoístas, hedonistas, imediatistas e materialistas;

2) incontinentes, ou seja, incapazes de se controlar, se deixando dominar voluntariamente por suas paixões e desejos mais infames;

3) orgulhosas, ou seja, se consideram superiores em tudo e a todos, o oposto do que deve ser o caráter do cristão, que deve imitar a Cristo, aquele que não teve por usurpação ser igual a Deus, mas humilhou-se a si mesmo;

4) zombadoras de Deus, na medida em que desobedecem aos seus pais e são ingratas. Na verdade, é ressaltada a maldade que há em seus corações, pela maneira como tratam àqueles que lhes trouxeram à vida e a quem deveriam honrar, conforme o mandamento;

5) duras de coração, e insubmissas. É interessante perceber que Paulo coloca a falta de submissão como sinal da dureza de coração, porque a pessoa submissa a Deus, aos pais, ao marido, às autoridades constituídas, demonstra um tipo de coração que é tudo menos duro. A dureza aqui é a obstinação, é a rebelião, que é o oposto da submissão.

6) mentirosas e desordeiras, também duas características que andam juntas, na medida em que alguém que cultiva a verdade em seus relacionamentos e valores tende a ser uma pessoa ordeira. Já o mentiroso dificilmente consegue manter a vida em ordem, já que precisa acrescentar cada vez mais mentiras para tapar os buracos das estórias que criou.

7) tolerantes quanto à imoralidade, ou seja, desprezam a santidade na vida pessoal e/ou no casamento, já que não veem problema algum em conviver com uma espécie de pecado que afeta a própria pessoa, quando não também a família e todos ao seu redor;

8) Rudes e cruéis, pessoas desagradáveis e insensíveis, que se comportam de maneira errada mesmo sabendo como devem se portar, além de gostar de fazer o mal, de causar dor, de atormentar;

9) escarnecedores dos que procuram ser bons, ou seja, não bastam a si serem eles próprios maus, como ainda perseguem os que trilham o caminho da virtude e da justiça;

10) traidoras dos amigos, ou seja, pessoas indignas de confiança;

11) atrevidas, e aqui não se trata de coragem, intrepidez, que são virtudes de caráter, mas sim do traço de personalidade desafiador, insolente, especialmente contra as autoridades, pessoas que querem subverter a ordem natural e justa das coisas;

12) impiedosas, ou seja, sem piedade, que é o desejo por buscar a Deus. As pessoas preferirão buscar satisfazer suas próprias necessidades e prazeres a qualquer custo, sem ligar para o que Deus tem a dizer sobre isso. E há um segundo aspecto que é o da falsa aparência de religiosidade, desde que seja uma religião apenas formal, de rituais, tolerante àquilo que afronta a Deus.

Ufa! Essa é uma lista grande de características de pessoas dos últimos dias, que, obviamente, não precisam assumir todos esses traços negativos ao mesmo tempo, mas que, em os tendo, demonstram frutos da carne em vez do fruto do Espírito.

Esses, como o apóstolo bem avisa, possuem uma aparência enganosa de piedade, de santidade, mas é apenas exterior, com o fim e o propósito de enganar os outros, mesmo que elas mesmas também se achem enganadas e acreditem, em sua cegueira, que seu pecado não é nada demais e nada afeta a sua vida a e dos outros, ou seu relacionamento com o Pai.

Pessoas assim, que são bem comuns no mundo hoje, possuem em comum a mente depravada, suja, rebelde a Deus e aos seus valores e que, não contentes em irem sozinhos para o inferno, agem sorrateiramente em busca de companhia nessa jornada. Infelizmente, contudo, essa também tem sido a realidade em muitas igrejas, onde pessoas se infiltram para tentar derrubar os servos do Senhor e os fazer desviar de seu caminho e propósito.

Paulo diz também a Timóteo, em 1 Timóteo 4:1,2:

Entretanto, o Espírito de Deus nos diz claramente que nos últimos tempos alguns na igreja se desviarão de Cristo e se tornarão zelosos seguidores de espíritos enganadores e ensinamentos de inspiração demoníaca. Tais ensinamentos vêm de pessoas hipócritas e mentirosas, e eles farão isso tantas vezes que nem mesmo a consciência os incomodará.

Apostasia. Desvio da fé. Frieza no amor. Zelo em seguir espíritos enganadores e ensinamentos de inspiração demoníaca. É só olharmos com honestidade para “igrejas” e movimentos no meio “gospel” com alguns pregadores famosos da teologia da prosperidade, da teologia “coach”, de pastores comediantes, que arrebanham multidões atrás de si, sem falar os que venderam a alma às ideologias, como eu já falei, cultos cheios de oba-oba e pouca Palavra de Deus, onde zumbis repetem os mantras de seus líderes, mas não conhecem as Escrituras, e certamente não com a inspiração do Espírito Santo, e por isso não anseiam pelo retorno do Senhor, já que preferem ter seus problemas resolvidos aqui mesmo, aqui e agora!

3 – Aplicação

Voltando ao princípio da nossa mensagem de hoje, explicamos o texto, o contexto da primeira vinda de Cristo e de como João recebeu essa revelação sobre o seu retorno; vimos o que seu significado, a teologia que surge do texto, ou seja, a promessa de Cristo de vir buscar sua noiva, a Igreja, para passar a eternidade consigo, e de que isso ocorrerá breve, e os sinais que indicam que essa data está se aproximando; e agora veremos as aplicações desse texto, ou seja, em que ele impacta nossas vidas hoje.

Em primeiro lugar, existem as pessoas que passam por essa vida sem saber de onde vieram, para onde vão, estando, então, completamente alheias a esse fato da segunda vinda de Jesus. Essas, o seu destino é a condenação eterna, uma vez que são pecadoras e o único meio de salvação chama-se Jesus Cristo, cf. João 14:6.

Não vou falar aqui sobre a justiça ou a “injustiça” de Deus ao fazer isso, mas fica o convite para ler os primeiros capítulos do livro de Romanos, onde o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, nos entrega a verdade de que todos somos merecedores do castigo eterno, seja aqueles que nasceram e viveram sob uma religião, seja aqueles que nunca sequer ouviram falar de um deus, especialmente de Jesus.

Para elas, portanto, a solução é apresentá-las o Evangelho, que nos desnuda a realidade de quem somos, pecadores, cf. Romanos 3:23…

Pois todos pecaram; todos fracassaram, e estão afastados da glória de Deus…

…de que precisamos de um salvador, que é Cristo, enviado pelo próprio Deus em nosso favor cf. Romanos 3:25,26 e 5:6,8…

Deus foi quem enviou Cristo Jesus para levar o castigo pelos nossos pecados, e assim pôr fim à ira de Deus contra nós. Ele usou o seu sangue para, mediante a fé, nos salvar da sua ira. Deste modo, ele foi justo, mesmo não tendo castigado aqueles que pecaram em tempos passados. Isto porque aguardava a chegada do dia quando Cristo viria e apagaria os pecados anteriormente cometidos. Agora, no tempo presente, ele demonstrou a sua justiça, e pode receber pecadores do mesmo modo, porque Jesus tirou os pecados deles. Ele é justo e justificador daqueles que têm fé em Jesus.

Quando estávamos totalmente desamparados, Cristo veio na hora certa e morreu pelos pecadores. Deus, no entanto, mostrou seu grande amor por nós, enviando Cristo para morrer por nós enquanto ainda éramos pecadores.

…e de que aqueles que rejeitam esse Salvador já estão condenados, não havendo para eles escapatória, cf. João 3:18.

Não há condenação reservada para aqueles que creem nele como Salvador. Mas aqueles que não creem nele já estão condenados por não crerem no Filho único de Deus.

Mas há ainda aqueles que conhecem a Deus, mas agem como se Ele não existisse. Para elas, o remédio é o mesmo Evangelho, que tem poder para quebrar até o mais duro coração e transformá-lo novamente em carne pela operação do Espírito Santo. Para os obstinados, os rebeldes, entretanto, a continuação do texto de João 3 diz assim:

A sentença deles está baseada neste fato: A luz veio ao mundo, porém os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Os que praticam o mal odeiam a luz e ficam longe dela, com medo de que seus pecados sejam revelados.

É como vimos anteriormente no texto de 2 Timóteo 3 a respeito das pessoas dos últimos dias que, a meu ver, descreve perfeitamente o nosso tempo. Pessoas que amam a si, ao dinheiro, aos prazeres, mas desprezam a Deus e ao próximo.

Há um terceiro grupo de pessoas que pode parecer um pouco com o anterior mas com uma “sutil” diferença. Esse é o grupo dos religiosos de aparência, ou seja, aqueles que até acreditam estar salvos, por frequentar uma igreja, seguir os mandamentos de uma religião sobre o que fazer ou deixar de fazer, são pessoas que a sociedade diria serem “boas” ou quem sabe “caridosas”, externamente apresentam sinais de piedade, mas cujo amor é fingido, cf. Romanos 12:9 e 2 Timóteo 3:5.

Essas são como as virgens insensatas da parábola de Jesus, cf. Mateus 25:1-13. Pelo avançado da hora não vou detalhar a parábola, mas não custa lembrar que eram 10 virgens esperando o noivo, metade das quais eram prudentes e guardaram reserva de óleo para suas lâmpadas, enquanto a outra metade era insensata e não se prepararam adequadamente. Depois de uma longa espera, o noivo se aproxima e as insensatas ficam para trás por não terem cuidado e vigiado, enquanto as sábias entram para desfrutar de seu casamento.

Meus irmãos, nós somos a noiva de Cristo, e a pergunta que fica é, será que nós estamos preparados para seu retorno? Será que Ele nos pegará desprevenidos, dormindo em pesado sono, perante o seu iminente retorno? Será que seremos deixados para trás para sofrer por toda a eternidade longe do Pai, ou, ao contrário, Ele nos levará para Si, para as bodas do Cordeiro?

Para esse três tipos de pessoas, a mensagem de hoje é uma mensagem de urgência e medo, afinal, tratam sobre sua iminente condenação e breve e eterno castigo.

Entretanto, embora seja possivelmente um último aviso, é um aviso de um Deus que as ama e diz que ainda há esperança na pessoa de Jesus.

Por outro lado, há um último grupo de pessoas, a verdadeira noiva de Cristo, como as virgens prudentes, que passaram a vida esperando e confiando no retorno de seu amado, para as quais a mensagem de hoje é mais do que uma mensagem de esperança, é uma mensagem de estímulo nos tempos trabalhosos em que vivemos, que Cristo breve vem, Ele vem sem demora!

A resposta que Deus requer de nós a essa mensagem é de preparação, vigilância, cf. Lucas 12:39,40:

Lembrem-se disto: Se o dono da casa soubesse a que horas o ladrão viria, não o deixaria arrombar a porta. Portanto, estejam sempre preparados; pois o Filho do Homem virá quando menos se esperar”.

Ou seja, é vivermos como se Jesus voltasse hoje, até porque os sinais que antecedem a sua vinda estão se cumprindo, demonstrando que estamos muito provavelmente nos últimos dias da história humana.

Conclusão

Após termos visto tantos sinais deixados por Cristo e pelo apóstolo Paulo – e, sem exagero, eu deixei “de lado” muitos outros textos de outros apóstolos, e mesmo do Antigo Testamento, em razão de tempo e espaço – não há como negar que a mensagem é urgente, que o tempo está se esgotando.

Vou compartilhar algo com vocês que tenho muito forte comigo, uma certeza que tem base racional nisso que eu preguei hoje, mas também há uma porção inexplicável de fé: quando olho para as crianças que vieram aqui na frente e a gente orou por elas, penso que essa será a última geração antes da volta de Jesus.

Se talvez escape à nossa geração, e olhe lá, mesmo que eu não possa apontar o dia e a hora de seu retorno, creio firmemente que nossos filhos terão o privilégio de vê-lo vindo buscar a sua noiva. Você consegue imaginar isso?

Eu consigo e isso me dá uma enorme e positiva ansiedade, uma vontade de praticar o bem, buscar a santificação, lavar as nossas vestes como a continuação do texto de Apocalipse 22 nos manda fazer, que é o que nós vemos nas cartas de Paulo a respeito da igreja primitiva que tantos elogiam e sonham viver, que tinha esse comportamento pelo simples fato de que aquelas pessoas criam firmemente no retorno de Jesus ainda para seus dias.

Eu termino com o verso 17 desse capítulo 22:

O Espírito e a noiva dizem: “Venha!”. Que cada um que os ouve diga: “Venha!”. Que aquele que tem sede venha — todo aquele que quiser; que venha beber de graça da água da vida.

A ansiedade pela vinda do Senhor, tanto a noiva como o Espírito sentem. Ele nos ajuda nessa caminhada a não desfalecermos, nem duvidarmos, mas seguirmos com fé, confiando que breve Ele vem.

Se você é um filho ou uma filha de Deus, descanse seguro nos braços daquele que nos amou, como diz aquela canção. A mensagem de hoje, espero, deve ter renovado a nossa esperança e trazido alívio das cargas que muitas vezes temos que carregar nesse mundo hostil, fazendo-nos voltar novamente o olhar para a eternidade com o amado das nossas almas.

Por outro lado, se você ainda não anseia pela volta do Senhor, hoje é tempo de buscá-lo enquanto se pode achar e invocá-lo enquanto está perto, cf. Isaías 55:6, e não ter mais o medo, a dúvida ou o desespero que essa mensagem pode ter trazido ao seu coração. E se isso ocorreu para seu arrependimento e salvação, glória a Deus e venha logo para os braços do Pai!

Como disse Jesus, “felizes aqueles que obedecem às palavras da profecia deste livro”.

Deus nos abençoe.

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s