O dia após as eleições de 2022

“Assim diz o Senhor Todo-poderoso, o Deus de Israel, a todo o povo exilado, que deportei de Jerusalém para a Babilônia: Construam casas e morem nelas. Plantem pomares e esperem, porque vocês vão comer os seus frutos. Casem-se e tenham filhos e filhas; escolham mulheres para os seus filhos e deem suas filhas em casamento para que também tenham filhos. Aumentem a população de Judá na Babilônia e não a diminuam. Trabalhem para a prosperidade e paz da cidade para a qual eu os deportei e orem em favor dela. Enquanto ela estiver em paz, vocês viverão em segurança.”

Jeremias 29:4-7

Acordando de ressaca neste 31 de outubro de 2022, dia de celebrarmos a reforma protestante, mas com as más notícias eleitorais de ontem, fica difícil.

Hoje de manhã, Deus me trouxe à memória um momento da história de Israel em que essa nação experimentou uma enorme tragédia, a invasão babilônica e a deportação do melhor de sua sociedade para aquela nação ímpia.

Ocorre que o profeta Jeremias foi usado naquele momento para trazer um necessário refrigério, desafio e encorajamento para os que haviam sido levados, e também para os que tinham ficado na cidade e nação arrasados de Jerusalém e Israel.

Refrigério porque relembra que tudo aquilo que tinha acontecido ao povo tinha sido pela mão do Senhor, tantas vezes avisado por Isaías e outros profetas, não tinha sido fruto do acaso, tinha sido castigo de Deus, e até no castigo Deus nos trata de maneira diferente, pois trata-nos como filhos a quem deseja que se arrependam, se convertam, e voltem a Si.

Deus, portanto, continua sendo Senhor Soberano da história, especialmente da história do seu povo. Deus continua sendo bom. Deus continua sendo fiel. Não é a despeito das circunstâncias, como se elas pudessem sobressaltá-lo ou pegá-lo de surpresa. Não! Deus mesmo conduz a história como um maestro, e sabe bem como será o seu final. Por isso Jeremias diz o que diz àquele povo deprimido e sem esperança: edifiquem, plantem, comam, casem e tenham filhos, e, especialmente, procurem a paz da cidade e da nação, e orem por elas ao Senhor, porque na sua paz eles e nós teremos paz.

Desafio porque não é fácil não nos contaminarmos pelas falsas boas notícias como os falsos profetas de então e de hoje afirmaram, sem que o Senhor lhes tivesse ordenado, de que tudo iria correr bem, que nada demais iria acontecer, que eles não mais seriam deportados, que os deportados logo voltariam, mentiras disfarçadas de verdades. Parece atual, não é mesmo?

Por outro lado, também é difícil não sucumbirmos à dura realidade de que não, nada irá bem, que nossos sonhos foram e continuarão sendo frustrados, que a nossa cidade e nação não irão prosperar, e que teremos que conviver com pessoas, valores e realidades ímpias, muito distantes daquilo que gostaríamos de viver; ao contrário, experimentaremos perseguições, nossa fé será seriamente provada naquilo que consideramos mais importante, como o foi, por exemplo, com a leva de deportados, na qual estava Daniel e seus amigos, que logo ao chegarem em Babilônia, tiveram de se tornar vegetarianos para não se contaminar com comidas oferecidas aos ídolos, o que violaria sua fé e sua religião, e continuaram sendo desafiados e perseguidos por muitos anos porque permaneceram fieis ao Deus vivo, fieis na piedade, na busca pessoal, mas também fieis na vida publica, por obedeceram à risca o que Deus, por meio de Jeremias, lhes mandou fazer, contribuir para o benefício da sociedade, sendo sal e luz naquele lugar de trevas e perdição.

Encorajamento, por fim, porque assim como havia a promessa do castigo, havia também a promessa da restauração, e se a primeira estava se cumprindo, isso seria causa para acreditar que a segunda também se cumpriria, aleluia! Deus castiga seus filhos, mas não para sempre. Encorajamento porque Deus traria multiplicação, e não diminuição, porque mesmo naquela situação adversa, aliás, especialmente no meio dela, Deus traria sua paz que excede todo entendimento, razão e lógica humanas.

Vejamos o que diz um pouco adiante o mesmo Jeremias, nos versos 10-13:

Porque assim diz o SENHOR: Certamente que passados setenta anos em babilônia, vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar.
Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.

Jeremias 29:10-13

A mensagem de Jeremias, tão atual e necessária, é de não acreditarmos nas falsas boas notícias, também não focarmos nas más notícias ao ponto de desfalecermos, mas continuarmos confiando em Deus e fazendo sua obra nesta terra, dando nosso melhor, sendo resilientes em meio às lutas e perseguições que certamente virão, e permanecermos fieis em tudo, sabendo que ainda que a vitória não venha nesta vida, e não é um messias humano que esperamos, especialmente não na figura de um político, ela ao final virá, na glória, no retorno de Jesus que está cada dia mais breve.

A minha oração é pra que possamos buscar ao Senhor de todo nosso coração; continuemos invocando o seu Santo nome; sigamos crendo na verdade e realidade de suas promessas que são firmadas em seu caráter e em seus atributos, pois Ele é bom, e sua misericórdia dura para sempre (Jeremias 33:11). Como diz a antiga canção dos Vencedores por Cristo, “lancemos sobre Deus a nossa ansiedade, pois ele tem cuidado de nós”, e é natural que tenhamos até certo ponto, mas como também diz outra canção desse grupo clássico:

“Como agradar a Deus, angustiado
Viver impaciente, agitado
Ansiedade é, de fato errado
Eu não posso e nem quero mais
Viver assim

É como confiar, desconfiando
Então pagar pra ver, blefando
É como entregar, controlando
Eu não posso e nem quero mais
Viver assim

Eu só quero e posso adorar a Deus
Quando a Ele, entregar tudo, em oração
Então sua paz amiga, que não dá nem pra entender
Vem guardar em Jesus Cristo,
Minha mente e coração”

Concluo com o texto de Paulo em Filipenses 4:6-9.

Não se aflijam com nada; em vez disso, orem a respeito de tudo; contem a Deus as necessidades de vocês, e não se esqueçam de agradecer-lhe. Se fizerem isto, vocês experimentarão que a paz de Deus, que excede todo o entendimento, conservará a mente e o coração de vocês em Cristo Jesus.
E agora, irmãos, ao terminar esta carta, quero dizer-lhes mais uma coisa. Firmem seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, nobre e direito. Pensem em coisas que sejam puras e agradáveis e detenham-se nas coisas excelentes. Pensem em todas as coisas pelas quais vocês possam louvar a Deus. Continuem a pôr em prática tudo quanto aprenderam, receberam, ouviram de mim e me viram fazer, e o Deus de paz estará com vocês.

Esse é o meu desejo, para mim, minha família e vocês, povo de Deus, hoje.

Deus nos abençoe.

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