Apocalipse, felicidade e desafio

Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo. – Apocalipse 1:3

Começando a ler novamente o livro de Apocalipse, que por tanto tempo tive medo, por tanto tempo ignorei completamente o seu conteúdo maravilhoso, embora de difícil compreensão, me senti privilegiado por ser um dos chamados felizes por ler as palavras dessa profecia, e por que feliz?

Porque o Apocalipse fala de boas notícias, do retorno do meu Senhor e Salvador Jesus Cristo para buscar a sua igreja, da qual faço parte, para habitar nas moradas celestiais que hoje Ele se encontra preparando para nós vivermos eternamente ao lado do Pai.

É um livro que traz severos avisos para a igreja permanecer vigilante num mundo que caminha a passos largos para o inferno e está fadado a morrer em trevas e sofrimento, terrível notícia para quem está se perdendo, é verdade, embora alegria para os que se salvam, ao mesmo tempo que é um estímulo para que nós que conhecemos esta verdade proclamemos a todos que conhecemos que Jesus Cristo é a resposta, o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai senão por meio dEle, conforme suas próprias palavras.

Mas a Palavra é ao mesmo tempo dura e clara, somente são felizes os que em primeiro lugar leem, ou seja, tomam conhecimento do que ela trata, ouvem, ou seja, prestam atenção, não são displicentes no trato com a Palavra, e por fim guardam o que nela está escrito, obedecendo, meditando, alimentando-se e sendo transformados pelo Espírito Santo que age por meio de sua Palavra. Não adianta lermos e não ouvirmos, sermos surdos à voz de Deus que fala, ou ainda ouvirmos e não praticarmos, desobedecermos a sua vontade que é boa, agradável e perfeita.

Finalmente, o que me dá ainda mais alegria e esperança ao ler esse livro é que João, seu autor, diz que o tempo do fim, do retorno de Cristo, da salvação da Igreja, do encontro com o Pai, de não haver mais choro, nem dor, nem tristeza, nem sofrimento, somente paz, está próximo, e se já estava próximo há 1900 anos quando ele escreveu esse livro, hoje está ainda mais, e o tempo não poderia ser mais propício para a volta de Jesus, terminando de cumprir por completo esse livro de profecias, como já o fez com todas as demais profecias a seu respeito contidas no antigo testamento.

Purgatório? Não!

Em que pese a crença católica, que respeito embora não concorde, na possibilidade de redenção por meio da purgação de pecados, isso não pode ser verdade por diversas razões.

A primeira porque baseia-se em doutrina contida em livros apócrifos, que renderiam uma tese própria, que não pertencem ao canon dos livros veterotestamentários seguido pelos judeus entre os quais o próprio Jesus, e de origem e autoria duvidosas.

A segunda porque vai de encontro ao sacrifício de Jesus que é único, último e suficiente.

Se não for suficiente, se couber a necessidade de purgação de pecados pelo pecador ou por terceiros em seu favor já não se fazia necessário o sacrifício de Cristo, conforme Efésios 2:8,9, Gálatas 2, especialmente versos 16 e 21, e de fato somente o sacrifício de Cristo era e é aceitável, porque se o nosso fosse minimamente aceitável bastava a lei e não precisava Cristo ter entregue sua vida, conforme Efésios 1:7, Romanos 6, 8, etc.

Além disso, em interpretação sistemática com outros textos da própria Palavra, em especial com os ensinos de Jesus no novo testamento, vemos que quando morremos vamos a um lugar de descanso, se salvos, ou já começamos a pagar nossa pena, conforme Lucas 16:19-31 (passagem sobre o rico e o Lázaro, que por não ser uma parábola não se trata de alegoria, ou metáfora, mas da realidade que cada um de nós haverá de enfrentar) e ainda Mateus 25:31-46, Apocalipse 21:7,8 e diversos outros textos que confirmam a nós cristãos aquilo que os judeus já criam (e continuam crendo), ou seja, a existência de céu e inferno, não um meio termo.

A única “etapa intermediária” que muitos teólogos divergem é essa do texto de Lucas 16, já que na verdade o Seio de Abraão, lugar dos salvos, seria “ato preparatório” para os novos céus, a nova Jerusalém onde Cristo está preparando lugar para nós, conforme João 14:2, enquanto o de sofrimento do rico, não seria o purgatório, pois ele já estaria condenado, mas o seol, ou sheol, conforme os judeus, ou hades conforme os gregos, que também é lugar intermediário mas não para purgar pecados, mas para aguardar o juízo final onde o próprio inferno será lançado no lago de fogo e enxofre onde o sofrimento será eterno, conforme Apocalipse 20:10-15, em consonância com Mateus 13:50.

A nossa chance é aqui e agora, ou a gente se arrepende e se converte ou iremos padecer eternamente por termos desprezado o sacrifício de Cristo.

A paz!