Tudo passa…

Esse é o segundo fim de semana que fico melancólico. Domingo passado pela manhã eu quase choro no púlpito da minha igreja quando o pastor me chamou para orar…
 
Tenho sentido bastante saudade da minha família. Não saudade de conversar pelo telefone (que eu detesto, by the way, o aparelhozinho chato, faça-me o favor) nem de bate papo virtual pelo msn, mas saudade presencial, de dar um abraço no meu pai ou meu irmão, de sentar na rede da minha irmã ou da minha mãe… até dos meus cachorros e papagaios, o requinho, tão velhinho…
 
Não tenho do que me queixar, estou numa cidade boa, namoro alguem legal (fazemos 8 meses de namoro hoje, nesse aspecto estou feliz), tenho amigos legais mas não tem sido a mesma coisa… lembro da época que meus amigos iam ver filme constantemente na minha casa, todos tínhamos + o – o mesmo padrão socio-cultural, os mesmos programas (eu amo rotina e sinto falta disso)… sinto falta de um monte de coisa, mas sei que não devo reclamar, não com tanto que Deus me abençoa, com tanto que Ele me ama e faz por mim.
 
Percebo cada dia que a vida passa muito rápido, meu Deus, esse ano faço 26 anos, meu pai 50 (ele quase chora no telefone quando falei isso pra ele)… da minha idade meu Pai já era pai de mim (fiquei na dúvida se o português correto seria ‘mim’ ou ‘eu’), Heliú e Cynthia… daqui a uma piscada de olhos (ah, Ribeiro Junior, como você estava certo, a vida é realmente um monte de piscadas de olhos…) será meu filho que estará escrevendo no blog (se é que ainda existirá a Internet daqui a num sei quantos anos) dele sobre os próprios conflitos filosóficos que afligirão a sua alma…
 
Esse é um ano difícil… por um lado terei um aumento significativo de salário, se Deus quiser, conquistarei inúmeras vitórias (como de fato já começo a contabilizar em metas alcançadas, na minha planiha de controle), sei que as vacas magras estão começando a ganhar peso, mas sei que Sarinha e eu não teremos tantos momentos juntos quanto gostaríamos e estamos acostumados a ter por causa do terceiro ano dela que exigirá bastante dela, sei que gostaria de ler mais a bíblia e praticar mais (que é mais importante), mas as vezes me sinto impotente, miserável homem que sou, como diria o apóstolo Paulo (vendo aquele filme Lutero eu me acho extremamente parecido com ele quando nos momentos de crise), mas ao mesmo tempo não consigo abandonar tantos vícios e pecados, conceitos e valores… é difícil ver 15 assaltantes invadirem um prédio, matarem o porteiro e fazerem moradores de reféns e não querer ver todos eles fuzilados pela ação de colegas da PM…
 
É difícil passar duas vezes pelo mesmo viaduto e por duas vezes me sentir como um daqueles que passaram de largo ao verem o homem caído na parabola do bom samaritano… ainda que eu tenha parado, ainda que eu tenha avisado a alguns colegas da PM para verificarem do que se tratava, no primeiro caso de um cara desacordado dentro de um carro e no segundo de um cara desmaiado no chão… porque sinto isso… não sei!
 
Acho que vou nessa… fazer a barba, tomar banho e me arrumar para ir para a igreja… passar antes no supermercado para comprar papel higiênico… espero não ser apenas mais um momento religioso, peço a Deus que Ele fale comigo de alguma maneira… e tento esquecer que Sarinha não vai pro culto, tento ter a motivação correta de ir louvar a Deus e não simplesmente encontrar minha namorada e meus amigos.
 
Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim…

Um pensamento sobre “Tudo passa…

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